
Andrea Mantegna, Agonia no horto, c. 1457-59 (Tours)

Andrea Mantegna, Agonia no horto, c. 1460 (Londres)
A propósito da exposição Mantegna no Museu do Louvre, vale a pena trazer aqui esta versão de Agonia no horto, pintada em c. 1460, que se encontra na National Gallery de Londres e que antecedeu, em cerca de dois anos, uma outra pintura, com o mesmo tema, que Mantegna executou (Museu de Tours). Do meu ponto de vista a versão londrina é mais eloquente na organização do espaço pictórico, num ziguezagueado ascendente, introduzindo várias narrativas: em primeiro plano, os apóstolos adormecidos; em plano de fundo, ao longe, Judas e um conjunto de guardas, deslocando-se na direcção de Cristo, provavelmente para o prender; em plano superior Jesus encontra-se em oração, face a um grupo de anjos, um deles apoiando-se numa cruz, símbolo da paixão.

Giovanni Bellini, Agonia no horto, c. 1465 (Londres)
As duas pinturas de Mantegna antecedem uma outra, com o mesmo tema, desta vez do veneziano Giovanni Bellini (cunhado de Mantegna), pintada c. 1460 (National Gallery, Londres). A representação de Bellini segue idêntico esquema compositivo, embora mais simplificado, favorecendo a cor, a representação de um céu "naturalista" (nascer do dia) e a diáfona presença de um anjo que exibe os atributos do sacrifício. Presume-se que tanto Mantegna como Bellini sejam devedores de um desenho de Jacopo Bellini, sogro do primeiro e pai do segundo, com o mesmo tema. A exposição de Paris reune um significativo número de obras de Mantegna (1430/1-150), artista nascido no norte de Itália, na região de Pádua e que se notabilizou como pintor, gravador e amante do "antigo" e dos clássicos, nas cortes dos Gonzaga e dos Este .
Sem comentários:
Enviar um comentário